terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Romantismo no Brasil

CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL

O Romantismo brasileiro nasce das possibilidades que surgem com a Independência política e suas conseqüências sócio-culturais: o novo público leitor, as instituições universitárias e, acima de tudo, o nacionalismo ufanista que varre o país, após 1822, e do qual os escritores são os principais intérpretes.

Contribuir para a grandeza da nação através de uma literatura que fosse o espelho do novo mundo e de sua paisagem física e humana, eis o projeto ideológico da primeira geração romântica. Há um sentimento de missão: revelar todo o Brasil, criando uma literatura autônoma que nos expressasse.

A adaptação de um movimento artístico europeu

Os valores do Romantismo europeu adequavam-se às exigências ideológicas dos escritores brasileiros, O Romantismo se opunha à arte clássica, e Classicismo aqui significava dominação portuguesa. O Romantismo voltava-se para a natureza, para o exótico; e aqui havia uma natureza exuberante, etc. Tudo se ajustando para o desenvolvimento de uma literatura ufanista.

O nacionalismo romântico encontrará a sua representação nos seguintes elementos:

Indianismo

No "bon sauvage" francês sedimenta-se o modelo de um herói que se deveria se tornar o passado e a tradição de um país desprovido de sagas exemplares. O nativo - ignorada toda a cultura indígena - converte-se no herói inteiriço, feito à imagem e semelhança de um cavaleiro medieval.

Assume-se a imagem exótica que as metrópoles européias tinham dos trópicos, adaptando-a ao ufanismo. Acima de tudo, o índio representa, na sua condição de primitivo habitante, o próprio símbolo da nacionalidade. Além disso, a imagem positiva do indígena fornece às elites o orgulho de uma ascendência nobre, que ajuda na legitimação de seu próprio poder no Brasil posterior à Independência.

Sertanismo

Resultado da "consciência eufórica de um país novo", o sertanismo romântico (também discutivelmente chamado de regionalismo) procura afirmar as particularidades e a identidade das regiões e da vida rural, na ânsia de tornar literário todo o Brasil.

Este registro do mundo não-urbano permanece na superfície com uma moldura, já que a intriga romanesca é citadina, ou seja, gira em torno dos esquemas românticos do folhetim. Além disso, os autores usam sempre a linguagem culta e literária das cidades e não a fala particular da região retratada.

Natureza

A terra é identificada como pátria. Assim, os fenômenos naturais tornam-se representativos da grandeza do país. A natureza jovem, vital, exuberante, serve de compensação para a pobreza social ao mesmo tempo que simboliza as potencialidades do Brasil.

Procura da língua brasileira

Os escritores românticos - José de Alencar, em especial - reivindicam uma língua brasileira. Em Iracema, o autor tenta criar esta língua através do estilo poético, da utilização de vocábulos indígenas, de um novo ritmo de frase. Mas não são os escritores que criam um idioma. Continuamos falando e escrevendo o português. Porém, graças ao esforço de Alencar e outros, começa a se estabelecer uma forma brasileira de escrever a língua portuguesa.

Fonte: http://educaterra.terra.com.br/literatura/romantismo/romantismo_10.htm

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